
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Meus Deleites

domingo, 22 de novembro de 2009
Viver é Desenhar Sem Borracha*
* Millôr Fernandes

Eu acreditava que a vida era assim: existia o certo e existia o errado e ponto final. Tudo bem que o certo e/ou o errado é relativo. Mas, a partir do momento em que alguém se encontra num referencial fixo, essa relatividade naturalmente se esvaece. Ou é correto ou não, visto dali dos olhos de quem está vendo. E com o preto e o branco devidamente definidos, estamos prontos para escolhermos os nossos amigos, os nossos pares, para julgar terceiros e para educar os nossos filhos. Simples assim.
Ledo engano. Esta semana que passou acabou com essa ilusória simplicidade das duas cores.
Cena 1: Conversa entre mim e meu filho adolescente na sexta a tarde.
Abre parêntese
Hideo tem dezesseis anos, repetiu o oitavo e o nono anos. Era para o ano que vem prestar vestibular. Mas não. Hideo ano que vem começará o ensino médio. Futuro? Futuro para o Hideo é o que ele vai fazer nesta noite ou, no máximo, no próximo final de semana. Ah, já ia me esquecendo: Hideo é o menino mais popular da escola.
Fecha parêntese
- Mãe, vou sair hoje. Vou à casa do Biel com o Coutinho.
- Como sair? Você nem pegou num livro! Semana que vem é semana de provas!
- Mas eu não vou estudar hoje a noite. Qual o problema?
- O problema? O problema é que a sua vida é um circo! Só que eu, Hideo, não sou palhaça!
- Mas quem te chamou de palhaça, mãe?
- Se eu deixar você sair hoje eu vou me sentir uma.
- Mãe, você está falando estranho. Está estressada. Vem aqui me dá um abraço e dança comigo.
- Tá vendo? É assim que você encara a vida. Tudo na brincadeira. Você debocha de mim, Hideo. Pois hoje, Hideo, hoje (!!!) você vai ficar em casa refletindo sobre o seu futuro e sobre o seu comportamento.
Hideo me pegou para dançar. E eu fiquei tentando me desvencilhar.
- Mãe, para com isso. Por que você não aceita o fato que eu não gosto de estudar?
- Porque você precisa estudar para passar para uma boa faculdade e trabalhar e ganhar dinheiro e tudo o mais que estou careca de dizer.
- Mas, mãe, sinceramente. Você acha mesmo que eu saindo hoje a noite vou comprometer tanto assim o meu futuro? Você acha que eu não vou dar um jeito na minha vida quando chegar a hora? Por que você não consegue se orgulhar com o fato de seu filho ser conhecido pela simpatia que emana, pelo poder de agregar os amigos, de organizar encontros...pelas namoradas que tem e que muitos não conseguem ter? Você já percebeu como você fala comigo sempre? Só brigando! Não consigo fazer você ficar orgulhosa de mim. Será que se eu fosse um desses seus alunos nerds e vivesse em casa estudando, você dançaria comigo?
- ...
- Posso sair?
- Não volte muito tarde, ok?
Cena 2: Conversa entre mim e minha filha de onze anos.
Abre parêntese
Pati, minha yorkshire, se enroscou com Apolo, o pinscher horroroso da Dona Nilce, mesmo depois de eu ter tomado tantos cuidados para que um não se aproximasse do outro. Conclusão: os filhotes-de-cruz-credo nascerão em breve. E eu que havia arrumado tantos yorkshires lindos para ela, todos com pedigree...
Fecha parênteses
- Mãe, vamos ficar com todos os filhotes?
- Claro que não! Não vamos ficar com nenhum!
- Como não?!? São os filhos da Pati! Pelo menos com um temos que ficar, mãe! – Nara já estava com os olhos brilhando demais da conta por mim suportável.
- Nara, não e ponto final!- (Ó, jesuis, por que os meus pontos finais nunca funcionam como na gramática???).
- Mas, mãe, por que não?
- Porque vão ser filhotes-de-cruz-credo. Todos vira-latas. Assim que a Pati morrer a gente escolhe um bem bonitinho de raça.
- Esse é o seu critério? Se tem ou não raça e pedigree?
- Sim. – Disse eu, sem titubear, baseada no que sempre ouvi de minha mãe: "Cachorro para viver dentro de casa tem que ter documento!".
- Mas e eu? O que eu sou? Não sou uma vira-lata? Tenho a pele morena, olhos puxados...eu valeria mais para você se fosse uma japonesa pura?
- Claro que não, Nara! Que idéia!
- E por que o seu critério muda para os bichos? Por que você não aceita o fato de que a mistura entre eles possa até, quem sabe, gerar melhores resultados?
- ...
- Posso ficar com um?
- Vamos conversar com o papai, tá bom?
Cena 3: conversa entre mim e meu filho de três anos.
Abre parêntese
Desde antes d’eu ter o meu primeiro filho, ouvi dizer pela boca de ilustres e famosos psicólogos que o certo é: quando se ouvir uma criança que está aprendendo a falar pronunciar uma palavra errada, jamais repeti-la na forma em que foi dita. Isso só reforçará o erro. Devemos, em seguida sempre, proferir o vocábulo corretamente.
Fecha parêntese
- Móin, eu quelo bolo de combole.
- ..., ..., ..., o que, meu filho?... o que você quer? – perguntei eu, tão emocionada quanto aqueles que se encontram pela primeira vez em frente às Cataratas do Iguaçu.
- Eu quelo bolo de combole, móin.
Neste momento, tive a certeza de que nunca mais comerei rocambole na minha vida.
Depois dessa semana, difícil agora é dar alguma opinião seja lá sobre o que for. E ponto.
Ledo engano. Esta semana que passou acabou com essa ilusória simplicidade das duas cores.
Cena 1: Conversa entre mim e meu filho adolescente na sexta a tarde.
Abre parêntese
Hideo tem dezesseis anos, repetiu o oitavo e o nono anos. Era para o ano que vem prestar vestibular. Mas não. Hideo ano que vem começará o ensino médio. Futuro? Futuro para o Hideo é o que ele vai fazer nesta noite ou, no máximo, no próximo final de semana. Ah, já ia me esquecendo: Hideo é o menino mais popular da escola.
Fecha parêntese
- Mãe, vou sair hoje. Vou à casa do Biel com o Coutinho.
- Como sair? Você nem pegou num livro! Semana que vem é semana de provas!
- Mas eu não vou estudar hoje a noite. Qual o problema?
- O problema? O problema é que a sua vida é um circo! Só que eu, Hideo, não sou palhaça!
- Mas quem te chamou de palhaça, mãe?
- Se eu deixar você sair hoje eu vou me sentir uma.
- Mãe, você está falando estranho. Está estressada. Vem aqui me dá um abraço e dança comigo.
- Tá vendo? É assim que você encara a vida. Tudo na brincadeira. Você debocha de mim, Hideo. Pois hoje, Hideo, hoje (!!!) você vai ficar em casa refletindo sobre o seu futuro e sobre o seu comportamento.
Hideo me pegou para dançar. E eu fiquei tentando me desvencilhar.
- Mãe, para com isso. Por que você não aceita o fato que eu não gosto de estudar?
- Porque você precisa estudar para passar para uma boa faculdade e trabalhar e ganhar dinheiro e tudo o mais que estou careca de dizer.
- Mas, mãe, sinceramente. Você acha mesmo que eu saindo hoje a noite vou comprometer tanto assim o meu futuro? Você acha que eu não vou dar um jeito na minha vida quando chegar a hora? Por que você não consegue se orgulhar com o fato de seu filho ser conhecido pela simpatia que emana, pelo poder de agregar os amigos, de organizar encontros...pelas namoradas que tem e que muitos não conseguem ter? Você já percebeu como você fala comigo sempre? Só brigando! Não consigo fazer você ficar orgulhosa de mim. Será que se eu fosse um desses seus alunos nerds e vivesse em casa estudando, você dançaria comigo?
- ...
- Posso sair?
- Não volte muito tarde, ok?
Cena 2: Conversa entre mim e minha filha de onze anos.
Abre parêntese
Pati, minha yorkshire, se enroscou com Apolo, o pinscher horroroso da Dona Nilce, mesmo depois de eu ter tomado tantos cuidados para que um não se aproximasse do outro. Conclusão: os filhotes-de-cruz-credo nascerão em breve. E eu que havia arrumado tantos yorkshires lindos para ela, todos com pedigree...
Fecha parênteses
- Mãe, vamos ficar com todos os filhotes?
- Claro que não! Não vamos ficar com nenhum!
- Como não?!? São os filhos da Pati! Pelo menos com um temos que ficar, mãe! – Nara já estava com os olhos brilhando demais da conta por mim suportável.
- Nara, não e ponto final!- (Ó, jesuis, por que os meus pontos finais nunca funcionam como na gramática???).
- Mas, mãe, por que não?
- Porque vão ser filhotes-de-cruz-credo. Todos vira-latas. Assim que a Pati morrer a gente escolhe um bem bonitinho de raça.
- Esse é o seu critério? Se tem ou não raça e pedigree?
- Sim. – Disse eu, sem titubear, baseada no que sempre ouvi de minha mãe: "Cachorro para viver dentro de casa tem que ter documento!".
- Mas e eu? O que eu sou? Não sou uma vira-lata? Tenho a pele morena, olhos puxados...eu valeria mais para você se fosse uma japonesa pura?
- Claro que não, Nara! Que idéia!
- E por que o seu critério muda para os bichos? Por que você não aceita o fato de que a mistura entre eles possa até, quem sabe, gerar melhores resultados?
- ...
- Posso ficar com um?
- Vamos conversar com o papai, tá bom?
Cena 3: conversa entre mim e meu filho de três anos.
Abre parêntese
Desde antes d’eu ter o meu primeiro filho, ouvi dizer pela boca de ilustres e famosos psicólogos que o certo é: quando se ouvir uma criança que está aprendendo a falar pronunciar uma palavra errada, jamais repeti-la na forma em que foi dita. Isso só reforçará o erro. Devemos, em seguida sempre, proferir o vocábulo corretamente.
Fecha parêntese
- Móin, eu quelo bolo de combole.
- ..., ..., ..., o que, meu filho?... o que você quer? – perguntei eu, tão emocionada quanto aqueles que se encontram pela primeira vez em frente às Cataratas do Iguaçu.
- Eu quelo bolo de combole, móin.
Neste momento, tive a certeza de que nunca mais comerei rocambole na minha vida.
Depois dessa semana, difícil agora é dar alguma opinião seja lá sobre o que for. E ponto.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Dizem por aí que os cachorros se parecem com seus donos...

...será que acontece o mesmo fenômeno com os ovos???
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
terça-feira, 3 de novembro de 2009
O Ovo de Meio Quilo
Uma galinha põe um ovo de meio quilo. Jornais, televisão, repórteres... todos atrás da galinha:
- Como conseguiu esta façanha, Sra. Galinha?
- Segredo de família...
- E os planos para o futuro?
- Botar um ovo de um quilo!
As atenções se voltam para o galo...
- Como conseguiram tal façanha, Sr. Galo?
- Segredo de família...
- E os planos para o futuro?
- Partir a cara do avestruz!!!

Esses ovos...
- Como conseguiu esta façanha, Sra. Galinha?
- Segredo de família...
- E os planos para o futuro?
- Botar um ovo de um quilo!
As atenções se voltam para o galo...
- Como conseguiram tal façanha, Sr. Galo?
- Segredo de família...
- E os planos para o futuro?
- Partir a cara do avestruz!!!

Esses ovos...
domingo, 1 de novembro de 2009
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