Minha Vida é um Blog Aberto: Vendo a Mesma Coisa que Alberto J. Armando

Meus avós:

Eu só conheço meus avós paternos por fotos. Meu avô (Hideo) morreu na segunda guerra e papai tem uma foto dele em cada canto da casa. Minha avó morreu há pouco tempo. Os olhos puxados, por detrás de um vidro do porta-retrato, sempre estavam atentos a todos nós lá de casa. Acompanharam, sem piscar num só momento, meu crescimento, o crescimento de meus irmãos e nós, retribuindo tamanha vigília, nunca nos esquecemos que tivemos um herói na família. Preciso compartilhar uma incoerência: De uma forma paradoxal, sinto saudades de meus avós que nunca vi.

Um conto de corticóide a alma:

Na galáxia Nimesulida, a donzela Ritalina temia perder a memória além da concentração. O príncipe Trok buscô Pan, o sábio da região. Plasil, disse o feiticeiro meio enjoado da viagem. Todo meu, respondeu Ritalina. Dipirona, a madrasta, achou tudo aquilo uma palhaçada e brônquica chamou Berotec para matar Rita. Captopril, o súdito que vivia sob altas pressões da rainha, contou tudo a Trok. Valium me deus! Disse Trok. Ritalina, alheia a tudo a sua volta resolveu respirar novos ares e montada em Ambroxol foi para o reino de Monocordil. Lá chegando encontrou Berotec com um facão. Metformin primeiro se é homem! Disse Trok. Berotec teve uma constrição irreversível nas vias aéreas devido ao susto e morreu. O corpo dele começou a exalar um cheiro horrível. Chamem Luftal! É gás! Gritou Trok para Captopril. E assim, depois de tudo limpo, a donzela rivotril e viveram para sempre diempax.

Devaneios Feicebuquianos:

1-Quando eu perguntei para minha mãe porque o mar é salgado ela me explicou sem titubear que era por causa do bacalhau. Tive minhas dúvidas ao longo da vida sobre a veracidade da informação mas fui deixando pra lá como deixamos tantas outras coisas passar. Hj meu filho me fez a mesma pergunta e eu, como professora de uma ciência que lida com a natureza mas acima de tudo sabendo que a criatividade de uma ideia é inversamente proporcional a plausibilidade da mesma, acrescentei ao bacalhau, o choro das sereias. Uma explicação tão doce para a salinidade do Oceano não podia morrer em mim, concordam?

2- Já repararam que antigamente ninguém sorria para as fotos? Não importa a quantidade de pessoas e o evento que estivessem registrando. As pessoas podiam estar gargalhando no meio de uma conversa, mas ao som do "olha o passarinho!" imediatamente olhavam sérias para as câmeras. Ao contrário de hj que podemos estar super carrancudos, mas ao vermos uma máquina em nossa direção sorrimos tanto quanto a m

usculatura facial nos permite. Explicação para isso? Eu não sei. Tvz a imponência da máquina exigisse seriedade, respeito... tvz porque era muito caro e ser fotografado era um momento solene... ou quem sabe... a despeito dos rivotris e prozacs, vivemos realmente tempos mais felizes! Fico com essa última que faz bem para minha alma. De qq forma, como somos interessantes, não?

No gúgol translate descobri que as 'borboletas' batem asas no mínimo 3 vzs em vários lugares do mundo: pa-pa-llo-na, pa-pil-lon, far-fal-la, schmet-ter-ling, pin-pi-lin-pau-xa, but-ter-fly, ba-boq-ka, ke-le-bek... além disso dá gosto pronuciar borboleta em qq idioma! Daí eu fiquei pensando... com duas batidas de asas realmente ninguém alça voo, engraçado... pode ter a ver... mas a delicadeza da pa

lavra em qualquer idioma reflete que, de forma universal, temos uma parte dentro da gente, extremamente doce e transparente! Só basta estarmos atentos! Sem saber o que quer dizer, pelo som emitido temos o meio de captar a graça em qq lugar do mundo. E isso certamente não se restringe às borboletas... faz sentido, não?

Vou explicar (Vai por mim que eu só falo coisa séria): Não é apenas a música brasileira que está passando por um momento de crise. Segundo estudo recente, o surgimento de estrelas no universo também está em baixa. A pesquisa, feita por astrônomos de diversas nacionalidades (portugueses, britânicos, japoneses, italianos e holandeses), revelou que o índice de formação de estrelas está 30 vezes menor do que há alguns bilhões de anos. Isso tem tudo a ver certamente (segundo meus conhecimentos profundos de cosmologia, física quântica e literatura) com a diminuição de homens românticos e de poetas. Faz sentido tudo agora, não?

5- Ando estudando um fenômeno há tempos e hj me sinto segura para fazer uma observação de cunho cientifico que por uma razão que desconheço não tem nos livros. As máquinas de lavar fagocitam as meias e nunca do mesmo par. Fenômeno digno de nota, não?

6- Em breve teremos avós com nomes de Daniela, Carol, Maria Eduarda, Patrícia, Juliana, ... não vai ser mega estranho isso?

7- Meu marido chega do trabalho, corre pro computador, dá um urro de felicidade. Grita para eu dar um abraço, dar parabéns para ele e mais o que eu puder. Eu, esposa fofurééérrrima, dou um mega beijo e quase choro pulando emocionada com ele na sala!!! Crente que havíamos ganhado na mega sena ou algo que o valha. No meio de tanta festa ele grita: 40 pontos no cartola!!! Passei o Vinícius!!!Toim toim toim. Mil martelos de brinquedo batem na minha cabeça e quase taco o computador na dele. Cadê a noção, meu povo? Por que homem é assim, minha gente? Como a gente pode se apaixonar por essas criaturas, jesuis! Fala sério!

8- Eu gosto de fazer Pilates com senhoras. Daí, elas ficam me olhando e dizendo "Olha como ela se estica!", "Olha como ela não cai!", e eu fico super séria, mega concentrada ainda e com uma giga elasticidade. Outro dia fiz com uma garota de uns 20 anos. Eu acho. Unghf. Odiei. A garota não queria fazer pilates. Queria aparecer e ficou fazendo altos movimentos que só quem faz são essas mulheres que vivem se arreganhando para qq um. Só pode, né não?

9- Estava contando uma historinha pro Yuki como faço toda noite. Peguei um livrinho aleatório da coleção "crianças famosas" e fui contar a história de Schubert. Daí que o tal famoso foi estudar longe da família com 10 anos e Yuki começou a parar a história nesse ponto e me fazer trocentas perguntas para entender melhor esse sistema antigo lá dos idos do século XVIII que mandava as crianças estudar tão tão tão longe dos pais. Expliquei para ele que antigamente não havia carros e era complicado ir e voltar todo dia a cavalo ou com charretes das escolas e patati patatá. Ele ficou ainda pensativo... Perguntei se eu poderia ajudá-lo em mais alguma coisa para continuarmos com o Schubert. Antes tivesse seguido com a história sem perguntar nada... Então é por isso que vc anda tão bem a cavalo? Vc ia pro Pentágono a cavalo na época em que vc estudava? Ô, garoto!!! Vc acha que eu tenho quantos anos? Vc não fez quarenta? Então, quando vc era criança nem Internet tinha, né? Como era ir pra escola a cavalo, mamãe???

¬¬

É isso, espero que a noite de vcs tenha terminado melhor que a minha. =P

10- Fiz suco com uma Lima da Pérsia. Queria fazer um sanduíche mas fiquei em dúvida entre pão árabe ou francês. Não consegui me decidir e comi uma salada russa que estava cheia de pepino japonês. Tasquei molho inglês! Não sei por que me deu uma saudade de meu pastor alemão, do meu porquinho da Índia e do meu gato persa. Calcei minhas sandálias havaianas e com uma pontualidade britânica cheguei no Pilates. Errei de dia. Saí à francesa. Assim foi a minha noite de hoje. Completamente globalizada.

As psicóloga pira!

1-Nara, minha filha, pare de andar no meio dos nerds na escola. Eles são muito sem-graça. Fique no meio dos bagunceiros. Eles são muito mais divertidos (contanto que não faltem o respeito com ninguém! aiaiai!) Garanto que vc morrerá de saudades de seus amigos quando sair da escola. Hideo, meu filho, saia da bagunça peloamordedeos! Sente lá na frente pelo menos uma vez na vida, criatura! Não vê que eqto vc está rindo igual um bobo tem um japonês prestando atenção na aula, meu filho! Sai dessa vida, jesuis! Como educar essas crianças hoje é complicado, né não!? Fala sério!

2- -Mãe não quero comer isso não. - Yuki mais uma vez testando minha paciência.

-Ótimo, meu filho, come mesmo não, viu? Porque você nem sabe o que aconteceu com o último que comeu essa lasanha das galáxias.- Dá-lhe criatividade, Elika!
- Ãh? - Ele se interessou...Estava indo por um bom caminho!
- Lasanha das galáxias!tá ligado? Isso mesmo, garoto. Come nada disso não. Porque senão vc vai correr mais

rápido que um foguete e ninguém quer ver isso por aqui...vou fritar um ovo para vc. - Mantém, Elika, mantém!!!
- O ovo dos dinossauros que vc pegou e que vai me fazer ficar grandão? - Vixi... tinha esquecido do super ovo que só eu sabia como pegar...
- Não. Ovo de galinha mesmo que vai te encher de pena. - Surtei. Dá-lhe psicologia, depois eu resolvo essa. Um problema de cada vez...
- Eu não quero ficar com pena! Eu quero a lasanha das galáxias! - Rá!!! Ponto pra mim!

Não basta ser mãe. Tem que alimentar!

3- De onde é que eu vim, mamãe? Perguntou Yuki com a testinha franzida. É. Bem... Embora eu já tenha passado por isso duas vzs a pergunta sempre me faz gaguejar. Mas tudo certo. Calma, Elika. Vc se preparou para esse momento. Bem... Vc já viu como o corpo do papai é diferente do corpo da mamãe? Viu que papai tem um rabo? Quer dizer, tipo um rabo? Então. Lembra daquele feijão que a gente plantou no algodão? É...bem... Agora imagina a semente no rabo. Ok. Enquanto eu alucinava nas reprodução, Yuki suspirou de desânimo. E expirando e inspirando sem entender patavinas falou: O Davi Peruzo veio de Minas, o Gabriel Almeida de São Paulo, o Ian de Florianópolis. Todo mundo sabe de onde veio. Eu queria saber de onde eu vim...

Sobre a minha cidade:

Os cariocas estão para o Rio assim como uma mãe está para um filho. Reconhecemos seus defeitos, mas não admitimos que ninguém fale mal dele além de nós. A despeito das dores de cabeça que ele nos causa, gostamos de fotografá-lo pelos mais diversos ângulos, de mostrá-lo para quem vem nos visitar e sentimos um orgulho danado simplesmente porque ele existe e é nosso. Amamos de forma incondicional aquele que faz da nossa vida um verão de Janeiro a Janeiro.

Ser carioca é padecer no paraíso.

Registrando para não esquecer:

Andei pensando no que já fiz e tudo pode ser bem resumido assim: dos 0 aos 20 vivi intensamente e muito bem a infância e a adolescência. Dos 20 aos 30 trabalhei como uma corna, dos 30 aos 40 estudei como uma condenada, agora, preste a completar 40 anos e nas vésperas de minha defesa resolvi planejar a próxima década da minha vida. Dos 4 filhos de Takimoto

eu sou a única que não fiz curso de mergulho, além disso Tata dança, veleja, corre; Tony surfa, patina,anda de skate; Lyli atira, escala, pula de parapente e tb dança. E eu e meu corpo? O que fizemos um pelo outro? Nada. Pois muito bem, dos 40 aos 50 eu vou fazer tudo isso que eles fazem. Escrever, estudar e trabalhar eu vou fazer nas horas vagas. Afinal, o que eu fiz durante 20 anos me permitiu esse novo projeto. Que venha a nova década acompanhada da nova era. Estou pronta. (nov-2012)

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Vendo a Mesma Coisa que Alberto J. Armando

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