terça-feira, 16 de abril de 2013

Diário de Viagem. 3º dia no Chile

Para ver as fotos com mais nitidez basta clicar em cima delas, ok?

Tiramos o terceiro dia para conhecer Valparaíso. Pegamos um ônibus, ficamos uma hora e meia dentro dele e soltamos na rodoviária. Lá chegando, havia vááárias pessoas de agências de turismo nos oferecendo passeios, mas se você leu as postagens anteriores já sabe que não gostamos de ser guiados. O que curtimos é camelar, andar, pedalar e descobrir esquinas, vilas e buracos novos que nem os guias sabem que existem. Valparaíso por guias de viagem se conhece em duas horas. Passamos o dia inteiro ali e achei que foi pouco. O lugar tem uma personalidade e tanto.

À primeira vista, a cidade assusta. O lugar é caótico, cheio de prédios caindo aos pedaços, feiras barulhentas, fedorentas...


Mas logo logo a magia começa a aparecer. Valparaíso é uma cidade portuária e nos reserva grandes surpresas para quem tem paciência de desvendar os seus segredos e de entender como aquilo ali se tornou Patrimônio da Humanidade, aquele título dado pela Unesco para cidades charmosas. 

Primeiramente, eu queria ver o Pacífico. Esse momento, apesar de ter visto o mar centenas de vezes, foi para mim muito especial por esses motivos que a gente não consegue explicar e que são revelados pelo silêncio que fazemos quando no deparamos com algo surpreendente. 

Ok. Não vou mentir. Não sou mulher dada aos silêncios. Gritei e pulei de alegria! Nelso, o Pacífico! O Pacífico, Nelso! Nelso!!!!! As focas!!!!! Tira uma foto aqui, Nelso!!!!!


Eu tirei uma foto panorâmica com a minha maquineta para tentar captar a ideia do que vem a ser Valparaíso visto do porto.


Vejam vocês os cerros (morros) ali atrás. Valparaíso é formado por 45 cerros, cada um tem uma visão particular e seus encantos. Há funiculares centenários, um tipo de trem da época medieval, sabe?, para subir e descer de cada um desses morros. As ruas ali são estreitas e, meodeos, como são cheias de beleza... Um convite para andar o dia inteiro! Mas antes de tudo, quer dizer, logo depois de vermos o Pacífico e foca feliz sem que precisássemos ♫♪ por uma bola em seu nariz ♫♪, queríamos conhecer a 'outra' casa de Neruda: a La Sebastiana

No primeiro dia de viagem visitamos a La Chascona, uma das três casas do poeta que fica em Santiago e toda a minha péssima impressão foi registrada quando narrei a nossa visita aqui. Para conhecer La Sebastiana tivemos que pegar um ônibus  hiper maneiro porque a casa fica beeeeeeeem lá no alto do Cerro que já me esqueci o nome.


Estava na esperança de mudar de opinião sobre Neruda, mas qual o quê. A casa dele em Valparaíso é mil vezes pior do que a La Chascona! As fotos do interior da casa eu peguei dos zoto porque dessa vez eles avisaram com placas com um xizão vermelho em cima de uma máquina fotográfica a maneira que deveríamos nos comportar. Dessa vez nem deu para fingir que não entendi a língua.


Essa casa foi muito mais nauseante do que a de Santiago. Mas só indo lá para entender o que estou falando e se dar conta do que vem a ser os lares excêntricos de Neruda e da paradoxal falta de poesia em vários cantos daqueles labirintos. Tirei foto do lado de fora e da paisagem que se vê dali. A vista, como de qualquer cerro de Valparaíso, é  show de bola em jogo de vôlei no maracanazinho.




Saindo de lá e seguindo as dicas do blog "Viagem na Viagem" fomos fazer o que fazemos de melhor quando viajamos: bater perna. E daí, aquilo que disse lá em cima, ou seja, que Valpo nos reserva grandes surpresas rapidim elas foram se revelando. A cada passada, a cada virada de esquina um tipo de mágica acontecia. No Cerro Alegre e no Cerro Concepción, onde só os turistas mais bacanas se aventuram, estão espalhadas as mais bem-conservadas casas coloridas de zinco e que foram tombadas como patrimônio da humanidade pela Unesco. 


É tipo o Caminito de Buenos Aires só que muito maior e com gente morando neles! 


Piramos com essas casas feitas com placas de zinco coloridas, com as cores por todos os lados. Muuuuuito legal. Cada canto dava vontade de fotografar, mas acho que juntando essa seleção aí em cima com a outra aí embaixo dá para ter uma noção da vivacidade de Valparaíso.


Parada para o almoço no Cocina Puerto. O restaurante é elengantééééérrimo e todo feito de lixo dozoto. Não havia uma cadeira igual a outra e as mesas eram feitas de portas de janelas e estrados velhos de cama. Por incrível que pareça, giga charmoso. Interessante como a beleza emerge de determinadas combinações, não?


E dá-lhe bater pernas e ver coisa legal!



Lá em cima de um cerro que me esqueci qual é tem o Museu de Belas Artes (esse casarão branco bonito da sequência de fotos acima) e era muito comum andar por aquelas ruas e se deparar com artistas tentando capturar parte daquela paisagem (foto das duas meninas). As placas das vias de evacuação (como mostrada numa foto aí em cima) quando estávamos lá embaixo para caso surgisse um tsunami davam uma tensão em toda aquela tranquilidade. A gente aqui no Brasil não está acostumado a intempéries desse tipo, a despeito das enchentes na Praça da Bandeira. Mas sabem cumé, tsunami é tsunami e o Pacífico estava sempre logo ali como um gigante adormecido podendo se desfazer da passividade a qualquer momento.

Descemos neste funicular:


E lá embaixo, mais uma vez, vimos taaaantas coisas legais.




E depois, subimos de novo para visitar o Museu Naval! Nesse museu está a cápsula dos mineiros que foram resgatados em 2010 se não me engano. Eu não tirei foto porque não podia. Uma pena.

Mentira. Na verdade eu não vi cápsula nenhuma. Chegando no museu, Nelson foi para um lado e eu para o outro e no final nos encontramos e ele perguntou: Viu a cápsula dos mineiros que maneiro?!?!!! Damn it!!!! Não. Mas vi outras coisas bacanas... ungf. Vi mísseis, quadros, maquete de barquinhos, muuuitos quadros tá ligado? e vitrais maneiraços! Bem mais legal que ver cápsula, ok? ungf.


Eu vi um homem super importante tipo Almirante assinando um documento mega  fundamental para o destino do planeta Terra no Universo. Posso estar fantasiando umas coisas, mas ó, o evento estava sendo fotografado e filmado por repórteres do mundo inteiro do Chile, o que me fez pensar que o destino do planeta estava sendo resolvido ali e eu estava presenciando tudo aquilo. Um evento dessa magnitude tornou a minha viagem ainda mais super espetacular! Eu vi um evento histórico, valeu? Só não pergunte qual foi porque era um acordo ultra secreto e eu não posso contar nem sob tortura. Nelson quis mostrar que também viu o Almirante X assinar uma conciliação entre a Holanda e o Chile (só podia ser isso, não?). Daí, me fez o favor de ficar ao lado do Capitão de Mar e Guerra de dois metros e olhos azuis cheio de medalha no uniforme não sem antes me pedir: Eka, bate uma foto minha ali. Eu resisti e ele insistiu. Está aí a foto onde Nelson parece um sub-sub-sub marinheiro de corveta. Aff...




Saindo de lá, mirantes, artistas de rua, feirinhas (oooobaaaaaaaaa!!!!) e mais do paraíso que é Valp. Comprei esse cachecol (e mais um para minha irmã que é jovem há mais tempo do que eu) que vai me acompanhar por mais fotos (juntamente com o meu chapéuzinho bege que foi comprado no dia anterior).


E temos que descer para ir embora. Aaaahhhhhhh que pena ir embora dali... queria não. Desceremos de funicular ou andando? Andando para não acelerar o que já é tão efêmero.



Paradinha na Plaza Sotomayor para Nelson se achar e eu  injetar um pouco de cafeína no cérebro.



Agora vejam que interessante essa Plaza: não há calçadas, sinais, placas... e por incrível que pareça, muuuuito movimento de carros, pessoas, bicicletas, ônibus... tudo assim junto e misturado! Mega interessante, não? Como ninguém morre? Como??? O pouquinho que paramos para descansar vimos tantos encontros e despedidas sem o menor temor de um possível atropelamento. Fala sério...

Hora de ir embora. Pegamos um trem até uma estação próxima do terminal de ônibus para voltarmos para Santiago. Estávamos muertos de tanto andar. Não resistimos, porém, ver o pôr do Sol no Pacífico.



Valparaíso. Esse foi definitivamente o lugar com mais personalidade de todos que eu já visitei.




4 comentários:

  1. Que lega, Maza!

    O objetivo é esse mesmo.

    Dá é um trabalho danado editar essas fotos e me lembrar do nome dos lugares. Me preveni para essa amnésia fotografando placas e guardando tudo qto é papel, folder, mapa...

    Mas a brincadeira de compartilhar tem valido à pena. É muito bom poder dividir essa experiência com os amigos.

    Beijos

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  2. BACANA FOI:¨DEVAGAR PARA NÃO ACELERAR O QUE JÁ É TÃO EFÊMERO¨.RESUMIU A AMPLITUDE DO MOMENTO .

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