terça-feira, 27 de novembro de 2012

Lei de Murphy ( 0 ) x ( 5 ) Fé na Kátia






Estou participando do V Seminário de História e Filosofia da Ciência na UFABC em Santo André e ontem, exatamente marcada para 16:30h, seria a minha apresentação. Se tudo o que eu havia planejado desse certo, já seria um dia mega tenso para mim que sou hiper apegada a uma rotina. Mas a despeito de  ter conseguido, eu  que ando questionando a base e a verdade das leis científicas descobri que há uma lei nesse universo que é inquestionável e que não devemos negligenciá-la jamais: A Lei de Murphy. Há de nos preocuparmos com ela e estarmos bem preparados para a sua atuação.

Confiei na informação de uma secretária sobre o meu voo para SP. A moça falou tudo corretamente, só errou em um pequeno detalhe: o aeroporto. Na hora certinha, na verdade com uma folga porque sou meio neurótica com horário e estava nervosa com a apresentação, cheguei.Exatamente às 10h da manhã eu estava pronta no Galeão para o voo que seria às 11:20h no Santos Dumont. Se não fosse o fato do Rio ser ameaçado a perder os royalties que correspondem a uma bagatela de três bilhões de reais por ano e o carioca lutar seriamente por essa causa com a participação dos Acadêmicos do Grande Rio justo no dia da minha viagem, eu chegaria a tempo. Mas não. O Rio estava em festa e o trânsito com TPM nível máximo. Estressadíssimo. Perdi o voo e tive que pegar o próximo que era às 14:00h.

No meio de minha atenieidade, eu procurava um mantra para me acalmar. Algum budista me disse uma vez que quando recitamos seguidamente nam mi orró rem gue quiô, Buda fica contente e não haverá mais beco sem saída em nossas vidas. Eu só não me lembrava da sequência direito dessas sílabas, mas resolvi mesmo assim agradar o enorme ser iluminado já que não havia mais nada a perder. Merengue ogó merenguiô merengue ogó merenguiô ... era o que eu consegui falar baixinho. Acho que Buda se enfureceu porque o meu voo das 14h...atrasou. Resolvi deixar de lado o merengue que só me deu azar e fui buscar outra coisa para me acalmar. Tudo posso naquele que me fortalece! Pensei. Pão de queijo com cappuccino! Yes!

A atendente me deu a bebida e eu assim que peguei no copo fiquei aborrecida por ela me vender um cappuccino gelado. Ledo engano. O bicho não estava frio e sim isolado por paredes de isopor. Dei um sugadão e queimei a faringe e o esôfago na entrada do líquido; na saída que foi pelo nariz devo ter queimado também a traquéia e todos os brônquios. O peito doía, a garganta ardia e as lágrimas rolavam contra a minha vontade borrando a maquiagem.

Chegando em SP, apertada para ir ao banheiro olhei para o relógio:15:37h. Não dá tempo. Peguei o primeiro táxi que vi. Furei a fila e pedi para todos que estavam nela, contorcendo as minhas pernas, que me desculpassem porque eu estava com muita pressa.

O motorista era um senhor e disse assim que entrei no carro que devemos ter muita calma no trânsito paulista para que não enfartemos. Além disso, ele falou que eu dei o mó azar porque ele havia emprestado pela primeira vez o GPS para a filha dele e ele não sabia andar por Santo André. Merengue ogó merenguiô merengue ogó merenguiô  merengue ogó merenguiô... peraí: tudo posso naquele que me fortalece: o meu celular! Liguei meu super GPS e pé na tábua, seu moço! Trânsito um ó do borogodó. Demorou tanto que a bateria entrou no modus economiquis e o GPS travou. O moço ficou com pena de mim e disse: olha, toma umas balinhas, vai chupando que a senhora vai se acalmar. Eu disse que não queria e ele jogou umas dez no meu colo. Eram 16:22h quando estávamos perto da UFABC que fica ao lado do Carrefour onde o moço entrou por engano. Tivemos que ficar na mó filona de carros para sairmos dali. Merengue ogó merenguiô merengue ogó merenguiô  merengue ogó merenguiô.

E graças a dilatação do tempo que ocorre quando estamos perto da velocidade da luz, exatamente ás 16:33h adentrei com mala, cuia, um palmo de língua queimada para fora e com as pernas ainda se contorcendo o recinto da Universidade pleno de historiadores e filósofos sentadinhos me esperando. Merengue ogó merenguiô merengue ogó merenguiô... Sublimei, então, tudo o que contei para vocês aqui. Tudo podendo naquela que me fortalece, lembrei-me da Kátia que certamente acendeu uma vela para mim para que tudo desse certo na minha apresentação. Essa imagem, como comentada em outra crônica tem um poder lexotânico na minha mente e não há Murphy com suas malditas leis que me faça esquecê-la.

Quanta sorte a minha, não?








4 comentários:

  1. Excelente texto, muito divertido!

    Quanto ao assunto, não precisava ficar nervosa, nem tentar as forças ocultas, que andam numa inércia danada ultimamente; bastava ouvir as sábias palavras do seu marido logo às 10:21 de segunda-feira: Q merda, hein? Fica tranquila q no final dá tudo certo. Eu te amo."

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    1. Mas ô...

      Ouvir eu ovo. Mas é o mesmo que falar para uma pessoa com gripe não espirrar.

      Não é imperativo. Quem me dera fosse tão fácil...

      Quem me dera...

      Eu Tb te amo

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  2. Elika, Contorci-me de tanto rir! Desgraça nos outros é muito engraçado! Eu vou escrever a minha façanha para ir a São Paulo no domingo e te conto! Agora, vou deixar você curtir o sucesso do seu blog!

    Beijos, Elise.

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    1. Jura, Elise?

      Estava esperando a sua critica ferrenha! =) O texto foi feito às pressas, não queria perder o timing e cada hr que releio descubro um erro. Cheguei a pensar "dependendo do que Elise falar eu retiro do ar". Que bom que vc se divertiu!

      Ele fica então.

      Beijos

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